O Dia Mundial de Luta contra a AIDS é celebrado em 1º de dezembro e se constitui como uma importante oportunidade de apoiar as pessoas envolvidas na luta contra a doença, além de ampliar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global. Neste ano, o tema da campanha é "Eliminação das desigualdades para acabar com a AIDS", proposto pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo estimativas da OMS e do Programa das Nações Unidas para HIV/AIDS (Unaids), 2,4 milhões de pessoas vivem com HIV na América Latina e no Caribe. Considerando esses dados, Isabella Gerin de Oliveira, enfermeira na área de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh-MEC), relata que a AIDS continua sendo um problema de saúde e a meta estabelecida para os países é de acabar com a doença até 2030. "Por isso, foi escolhido o tema da campanha para chamar atenção quanto às desigualdades econômicas, sociais, culturais e jurídicas que impulsionam a AIDS e outras pandemias. Devemos concentrar esforços na população que corre maior risco, em acelerar a introdução de exames diagnósticos e prevenção, também garantir o acesso precoce ao tratamento mais eficaz às pessoas vivendo com HIV/ AIDS", destaca.
Prevenção e profilaxia
Isabella de Oliveira aponta que, além das medidas preventivas gerais, como o uso de preservativos durante as relações sexuais, há possibilidade da utilização do autoteste e a profilaxia pré-exposição (PrEP) para indivíduos que têm alto risco de contrair o HIV. "Quando ocorre a possível exposição ao HIV com potencial de transmissão, através do contato com sangue ou secreções das pessoas que vivem com AIDS, seja durante um atendimento do profissional de saúde (acidente ocupacional) ou por relação sexual desprotegida, pode ser utilizada a profilaxia pós-exposição (PEP), que é a ingestão de antirretroviral por 28 dias, que deverá ser iniciada assim que possível, no máximo em 72 horas após a exposição", acrescenta a enfermeira do HU.
A enfermeira do HU-UFSCar, no entanto, reforça que, mesmo com a possibilidade de profilaxia e atendimento em saúde, "é sempre melhor prevenir do que remediar", esclarece Oliveira, sobre a importância da adoção das medidas preventivas.
Em São Carlos, pessoas que, possivelmente, foram expostas ao vírus do HIV e a outras ISTs são atendidas pelo Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC), em horário comercial, e pelo HU-UFSCar, fora do horário comercial, para realização de testes diagnósticos e a indicação/fornecimento de antirretroviral, se necessário, após avaliação médica. No HU-UFSCar, neste ano de 2022, foram feitos 335 testes rápidos para HIV, totalizando 11 exames reagentes, 26 atendimentos a profissionais de saúde após acidente ocupacional com material biológico e foram realizados quatro novos diagnósticos de HIV/AIDS durante a internação.