Um projeto de Iniciação Científica, desenvolvido na UFSCar, tem por objetivo avaliar os benefícios do uso de um aplicativo voltado para a educação e autocuidado da dismenorreia (cólica menstrual). Para realizar o estudo, estão sendo convidadas mulheres, a partir de 18 anos de qualquer região do Brasil. O estudo é desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Saúde da Mulher (LAMU), em parceria com o Núcleo de Estudos em Dor Crônica (NEDoC), ambos do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Instituição. A pesquisa é feita pelas graduandas Beatriz Laryssa de Jesus Santos e Barbara Inácio da Silva, sob orientação de Patricia Driusso e Mariana Arias Avila, docentes do DFisio.
A dismenorreia primária é caracterizada como dor menstrual na ausência de doenças associadas, como a endometriose, por exemplo. Esse tipo de cólica afeta cerca de 3/4 de todas as mulheres durante sua vida reprodutiva e é mais comum em adolescentes e no início da vida adulta. Além dos sintomas associados à cólica menstrual, como alterações de humor, desconfortos gastrointestinais, fadiga e outros, a dismenorreia também é responsável pelo aumento do absenteísmo no trabalho, escola e universidade. "Estima-se que cerca de 2 bilhões de horas são perdidas anualmente devido a faltas ao trabalho", expõe Beatriz Santos.
Apesar de a dismenorreia afetar um grande número de mulheres, Santos aponta que ainda é difícil o acesso a informações sobre essa condição, tornando recorrente o pensamento de que a dor menstrual é uma condição normal associada ao fato de ser mulher. "O nosso estudo irá avaliar os benefícios no cuidado da cólica menstrual por meio de um material educativo. Esse material contém informações que darão autonomia e conhecimento para as mulheres, abordando assuntos sobre o que é a dismenorreia, quais fatores estão envolvidos nesse processo e como elas podem realizar e implementar o autocuidado na rotina", explica a pesquisadora sobre a importância e aplicação do projeto.
O aplicativo multimídia que será avaliado durante a pesquisa consta de um material educativo com várias informações acerca da dismenorreia e, dentre elas, o tratamento não farmacológico, bem como a frequência, realização da técnica, tempo e cuidados necessários para esse tratamento. "As informações contidas no aplicativo farão com que a mulher entenda como seu corpo funciona neste período e como ela pode amenizar os desconfortos e sintomas associados. Além de compreender que este evento é uma condição fisiológica do nosso corpo, mas que não deve ser normalizada", reforça Beatriz Santos.
Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidadas mulheres, a partir de 18 anos, de qualquer região do Brasil, que tenham tido cólica no último mês e que tenham celular ou tablet com acesso à internet. As participantes receberão um link para o material educativo e serão acompanhadas pelos próximos três ciclos menstruais a partir da utilização do aplicativo. Interessadas em participar do estudo devem preencher este formulário eletrônico (https://bit.ly/3PGsJap) até o final deste mês de agosto.
Mais informações sobre a pesquisa podem ser acessadas no Instagram (@lamu.ufscar) ou solicitadas pelo e-mail projetoappdismenorreiaufscar@gmail.com. Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 54768621.3.0000.5504).