O livro "Processos educativos dialógicos que conscientizam e libertam", lançamento da EdUFSCar, registra resultados de uma série de oficinas e outras atividades realizadas ao longo dos anos de 2015 a 2017 pelo Grupo de Estudos Epistemologia da Geografia: teoria, métodos e metodologias em pesquisa e ensino de Geografia (Epistemegeo), sediado no Campus Sorocaba da UFSCar. As atividades reuniram docentes universitários de diferentes áreas, professores em formação - licenciandos - e já em exercício, artistas e outros educadores, além de estudantes de ensino Médio e Fundamental, em alguns casos. O objetivo geral foi pensar e promover vivências sobre as diversas possibilidades de teorias, métodos e metodologias de pesquisa e de ensino-aprendizagem de Geografia na interface com outros campos disciplinares e com realidades multiculturais e multiterritoriais.
Coordenador do Epistemegeo, Marcio Fernando Gomes, docente do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So), é também organizador da obra. Ele assina o primeiro capítulo junto com estudantes que atuaram como bolsistas na iniciativa, com bolsas de extensão e, também, do Programa de Assistência Estudantil. O capítulo traz sínteses das atividades realizadas, junto a uma reflexão sobre a relevância da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão para processos educativos dialógicos que conscientizam e libertam - como destacado no título escolhido para a obra - e para a concretização de um outro mundo possível. Os autores, junto com Gomes, são Igor Fogaça Vieira e Lara Bittar Lobo, licenciandos em Geografia, e Vinícius Rodrigues Costa, do curso de Licenciatura em Biologia.
O capítulo evidencia a presença marcante, nas atividades realizadas e, agora, no livro, do legado de Paulo Freire, cujo centenário é comemorado em 2021. "É a perspectiva do verbo esperançar, de fazermos hoje o possível para transformar o futuro, um futuro que não está distante, que faz uma reflexão do passado e tem uma atuação no presente, ressignificando, reinventando as práticas do legado freiriano para que possamos construir e sonhar com a transformação para uma escola mais inclusiva e democrática", expressa o organizador.
Nos capítulos seguintes, ministrantes de algumas das oficinas realizadas partem do relato das atividades para promover reflexões e registrar os saberes construídos em relação às temáticas abordadas e às experiências vividas.
No segundo capítulo, o relato parte da oficina "Metodologia do Jogo Teatral", ministrada pela atriz-educadora Carlota Novaes, com o objetivo de dialogar sobre limites e possibilidades de tornar o ensino-aprendizagem mais significativo e concreto por meio da arte. No texto, é registrada a inspiração na obra da arte-educadora Joana Lopes e, novamente, em Paulo Freire. Na oficina, a proposta foi que os participantes vivenciassem uma situação prática de jogos dramáticos e pensassem na possibilidade de usar a metodologia independentemente do campo disciplinar e do tema. Junto com Novaes, assina o capítulo Flávio de Melo, ator-educador que participou da atividade.
O terceiro capítulo do livro aborda as oficinas "Metodologia de Geografia inclusiva para surdo" e "Metodologia interdisciplinar para surdos sobre o tema Meio Ambiente". O texto apresenta a legislação que rege a Educação Especial e teorias e práticas para o ensino-aprendizagem das pessoas surdas, registrando também reflexões sobre o desenvolvimento das atividades e a percepção de participantes. Ambas as oficinas foram ministradas por Teresa Cristina Leança Soares Alves, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação do Campus Sorocaba da UFSCar (DCHE-So), que assina o capítulo.
A inclusão também está no foco no quarto capítulo, "Impressão 3D como alternativa para produção de mapa tátil", escrito por Cleyton Fernandes Ferrarini e Miguel Ángel Aires Borrás, docentes do Departamento de Engenharia de Produção do Campus Sorocaba (DEP-So) e pelo técnico Plínio César Marins, do Laboratório de Desenvolvimento de Produtos da Engenharia de Produção (Ladep). Além de abordar o instrumental teórico-prático das tecnologias assistivas, tratando de educação e deficiência visual e, também, de prototipagem rápida e impressão 3D (manufatura aditiva), o capítulo relata o desenvolvimento de mapa tátil do Brasil para uso em sala de aula com alunos com deficiência visual de forma lúdica e colaborativa.
O capítulo que fecha o livro está vinculado à oficina "Metodologia de Geografia da Saúde". Escrito por Edelci Nunes da Silva, docente do DGTH-So, aborda a Geografia da Saúde na sala de aula, apresentando conceitos, metodologias e técnicas na perspectiva de construir uma cartografia das doenças para analisar sua distribuição nas escalas local, regional e nacional.
Lançamento
No dia 8 de dezembro, às 18h30, o organizador do livro, junto com alguns dos autores - Lobo, Leança e Melo -, participam da próxima edição de "EdUFSCar no Ar", série de debates virtuais (lives) promovidos em parceria entre a Editora e o Instituto da Cultura Científica (ICC) da UFSCar, com apoio da Rádio UFSCar e da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da Universidade. O evento receberá as perguntas e outras manifestações do público, com mediação da jornalista Mariana Pezzo, Diretora do ICC. Marcando o lançamento da obra, o debate será transmitido nos canais UFSCar Oficial no Facebook e no YouTube e, também, na página da EdUFSCar no Facebook.
"Processos educativos dialógicos que conscientizam e libertam" é um livro eletrônico, publicado com a Scielo Livros. A obra e todo o catálogo de ebooks da EdUFSCar (38 obras) estão com desconto de 30% até 8 de dezembro. Mais informações no site da EdUFSCar e na página da Editora na Scielo Livros.