O projeto de extensão "Intervenções ergonômicas e saúde do trabalhador e estudante", desenvolvido pelo Grupo de Estudos sobre a Saúde do Trabalhador (GEST) da UFSCar oferece, gratuitamente, aos atuantes em escritórios (estudantes e trabalhadores) avaliações e intervenções ergonômicas. O objetivo é proporcionar melhora na qualidade de vida, redução de possíveis dores osteomusculares e incentivo para cuidados com a saúde. São ofertadas 70 vagas.
O GEST é coordenado pela professora Claudia Aparecida Stefane, do Departamento de Medicina (DMed), e o projeto é realizado pela estudante Estefany Camila Bomfim dos Santos, do curso de Fisioterapia, ambos da UFSCar.
A ergonomia é a ciência que busca entender o trabalho e as relações com o ambiente e a atividade realizada, e seu foco é garantir ao trabalhador o desempenho de suas funções de forma segura e eficiente. Claudia Stefane explica que a análise da ergonomia pode abordar vários aspectos, dentre eles a estrutura física, organizacional e cognitiva. "No nosso projeto, ela [ergonomia] está focada em avaliar o ambiente físico e, para tanto, questionamos sobre os móveis, equipamentos eletrônicos, posturas adotadas, tempo de pausa e de tela, conforto térmico, presença de ruído, entrada de luz e percepções sobre a tarefa realizada", explica.
De acordo com a docente da UFSCar, a atuação em escritórios está associada à presença de doenças mentais e osteomusculares, primeira e segunda causas, respectivamente, de afastamentos entre servidores. "Apesar de não termos ainda estudos comparativos, a ideia é que a atuação em home office tenha agravado esses quadros", acrescenta Stefane.
A professora ainda destaca que a atuação nas residências também ocasiona problemas já que esses espaços domésticos nem sempre estão preparados para a função de escritório. "Muitos usam a copa e sala ou até ficam na cama enquanto trabalham, o que sugere posturas inadequadas que desencadeiam dores osteomusculares. Além disso, estar em casa gera acúmulo de funções exigidas no ambiente doméstico. O isolamento social agravou o sedentarismo e tudo isso deve ter impactado na qualidade de vida", aponta.
A falta de atenção às questões ergonômicas nesses contextos pode gerar diversas consequências. Permanecer sentado por muito tempo pode ocasionar dores osteomusculares, sedentarismo, contribuição para a alimentação não saudável, para a má digestão e para a obesidade. No caso da longa permanência em frente a telas, como computador, celular e tablets, por exemplo, os sintomas podem ser de visão cansada, tensão muscular e emocional, além de associação com quadros de depressão e ansiedade.
Diante disso, o projeto da UFSCar se torna relevante em fornecer orientações de forma individualizada sobre o ambiente físico de atuação e informações sobre o cuidado com a saúde. Interessados em participar do projeto podem preencher este formulário eletrônico até o dia 30 de dezembro ou até que as 70 vagas sejam preenchidas. As avaliações e intervenções serão realizadas em formato online. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail gestufscar@gmail.com.