“Crianças autistas podem aprender a falar”. Isso é o que afirma o professor Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar e diretor do Instituto LAHMIEI Autismo da Instituição, que trabalha com o tema há 40 anos. “Autistas têm todo o mecanismo estrutural pronto para a fala, tanto fonológico como auditivo. Eles não falam por uma questão comportamental”, explica Celso. O pesquisador ressalta que a fala é muito importante e está ligada diretamente ao desenvolvimento. Como a partir do diálogo verbal outras linguagens são construídas, esse tipo de ensino é um dos principais desafios para os profissionais e os pais que lidam com autistas.
Crianças com algum tipo de “Transtorno do Espectro Autista” não apresentam, na maioria dos casos, o desenvolvimento típico da fala apesar do potencial fisiológico. Com isso, os pequenos desenvolvem outros mecanismos de comunicação, classificados pelos especialistas como inadequados e problemáticos. “Estas crianças não sentam, não têm contato visual, não imitam, ou seja, não têm os pré-requisitos para aprender a falar. É preciso ajudá-las a fazer tudo isso de forma adequada”, conta Celso.
Mas apenas a remoção dessas barreiras não vai levar à comunicação pela fala. É necessário ter conhecimento preciso a respeito de como o diálogo verbal deve ser ensinado. Para ajudar pais e profissionais a vencerem este desafio, os avanços recentes no tratamento e ensino da fala e linguagem complexa para crianças com autismo será um dos assuntos do XIV Seminário Internacional ABACare e Lahmiei, que acontece no dia 30 de junho em Ribeirão Preto. Na programação também haverá palestras sobre outras estratégias eficientes para o treinamento destas pessoas.
Assim como o Lahmiei, o Instituto ABACare é um renomado centro de pesquisa e tratamento sobre o autismo no Brasil. Ambos atuam com pesquisas acadêmicas, intervenções comportamentais, ensino, consultorias e capacitações a profissionais que trabalham com indivíduos autistas. Profissionais das áreas de Saúde e Educação, além de pais, familiares e cuidadores de pessoas autistas podem participar. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site www.abacare.faiufscar.com, no qual também há mais informações.