O mercado brasileiro de etanol, tanto para suprir a demanda do consumo interno como para a exportação de álcool, está em constante crescimento. O Brasil produz 21 bilhões de litros de álcool por ano, no entanto, estima-se que a demanda anual para consumo interno e exportação seja superior a 40 bilhões de litros. Segundo o professor Octávio Valsechi, do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSeR) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que há 40 anos se dedica ao estudo da cadeia sucroenergética, capacitar os profissionais das indústrias é fundamental para aumentar a produção.
"É necessário formar, atualizar e requalificar os profissionais, proporcionando-lhes competências gerenciais, novas habilidades técnicas, profundo conhecimento da empresa, de seus fornecedores, clientes e do ambiente que atuam. É um produto de grande demanda em todo o planeta, ainda mais com o crescimento da população ", afirma. A Cúpula do Clima de Paris (COP 21) aprovou em 2015 o primeiro acordo de extensão global para frear as emissões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos da mudança climática. Ou seja, todos os países terão que usar combustíveis renováveis e o álcool é o melhor exemplo na substituição de combustíveis fósseis, como a gasolina.
"Pessoas do mundo inteiro vêm para o Brasil estudar o que nós fizemos. Esse compromisso de diminuir as emissões é um grande impulso para a valorização do álcool e uma fantástica vitrine para o país. É uma fase para o setor, que deve ser encarada com uma nova mentalidade", acredita Valsechi. Visando formar, atualizar e requalificar profissionais da área a UFSCar oferece a primeira pós-graduação em Gestão Industrial Sucroenergética do Brasil. O Master of Technology Adminstration (MTA) é o único do mundo com esse foco e referência no setor. A Universidade, hoje em dia, detém a expertise da tecnologia da produção de cana de açúcar no mundo, contribuindo com a consolidação do etanol no Brasil.
O curso busca capacitar pessoas que trabalham ou almejam trabalhar com cana-de-açúcar e sua cadeia produtiva. São ensinadas teoria e prática, como a produção de cana-de-açúcar orgânica; mercados e perspectivas para açúcar, álcool e energia; o setor sucroenergético e o carbono; geração e co-geração de energia; gestão de insumos; de água e de resíduos na indústria; além das novas oportunidades para o setor.
De acordo com o professor Octávio, que também coordena a especialização, a pós-graduação também aborda inovações tecnológicas e tendências com maior eficiência no processo de produção de açúcar, etanol e energia. "Nosso principal objetivo é proporcionar aos alunos um aprendizado contínuo para acompanhar as mudanças técnicas, econômicas, institucionais e socioambientais que estão ocorrendo no setor, bem como a internacionalização da cana-de-açúcar para atender a demanda da nova era da bioenergia", informa.
Grandes grupos multinacionais estão investindo em capacitação e atualização de conhecimento de seus colaboradores, pois visualizam uma escassez de mã