O I Simpósio Nacional de Gestão e Engenharia Urbana (Singeurb), que aconteceu na UFSCar entre os dias 25 e 27 de outubro, reuniu centenas de profissionais, pesquisadores e estudantes para discutir as "Cidades e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável". Por meio de palestras, mesas-redondas, oficinas, minicursos e apresentações de trabalhos, os participantes buscaram soluções sustentáveis para os problemas de um mundo cada vez mais urbanizado.
Atualmente, 54% da população mundial vive em áreas urbanas. Chamadas de "selva de pedras", por conta de seus incontáveis edifícios e construções, as cidades abrigam uma quantidade de pessoas cada vez maior, que desenvolvem atividades sociais, econômicas, industriais, comerciais, culturais e administrativas, em ritmo frenético. Essa vivência agitada muitas vezes compromete a qualidade de vida coletiva e demanda dos administradores públicos intervenções inovadoras que garantam uma experiência urbana mais saudável.
Segundo a docente do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar e atual Secretária de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Araraquara, Luciana Gonçalves - que participou do Singeurb, essa configuração urbana traz consequências sérias, como alagamentos, enchentes e até epidemias. "Durante os períodos de chuvas intensas há constantes prejuízos socioeconômicos, sanitários e ambientais nas cidades", lembra a especialista.
Com o crescimento das cidades, a busca pela sustentabilidade se tornou fundamental para garantir a qualidade de vida dos cidadãos. Pensar soluções para problemas do trânsito e do transporte público, do saneamento e da habitação e para outros ligados à engenharia urbana é estratégico para um desenvolvimento saudável. "As pesquisas e práticas conduzidas pelas universidades buscam inovações em métodos e materiais, além da gestão sustentável dos recursos naturais", afirma Gonçalves. "Precisamos reduzir as consequências do impacto ambiental urbano por meio de outros modelos de desenvolvimento que sejam menos agressivos", defende ela.
Nesse sentido, há dois anos a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional pelos próximos 15 anos. No total, são 17 objetivos e 169 metas que envolvem temáticas como cidades sustentáveis, água e saneamento, erradicação da pobreza e educação, redução das desigualdades, dentre outras.
Desde então, o Brasil tem procurado atuar em comitês da própria ONU, demonstrando empenho em alcançar os objetivos propostos. Segundo Karin Marins, professora da Universidade de São Paulo (USP) que também esteve no Simpósio, além deste esforço diplomático, atuais ações propostas pela comunidade científica brasileira também estão em consonância com os Objetivos. "Já existem importantes contribuições no âmbito de políticas públicas e instrumentos normativos visando a sustentabilidade, mas há necessidades especialmente no planejamento e desenvolvimento urbano" explica a especialista.
Para Marins, o que tem dificultado o desenvolvimento destas ações &