O fogo é indispensável para preservação do Cerrado brasileiro. É o que sustenta estudo da pesquisadora do Instituto Florestal do Estado de São Paulo e professora da Unesp e Unicamp, Giselda Durigan, que estará no Simpósio do Cerrado: Manejo e Conservação das Fisionomias de Áreas Abertas, nos dias 11, 12 e 13 de setembro no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Giselda participou do projeto “Impacto de fatores antrópicos (fogo, agricultura e pastoreio) sobre a biodiversidade em savanas”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e integra o projeto que estuda os impactos do fogo sobre o Cerrado da Estação Ecológica de Santa Bárbara. “Nas savanas de todo o mundo está ocorrendo um processo de adensamento da vegetação, com perda de biodiversidade. E a principal causa, no Brasil, é a supressão do fogo. O Cerrado vai ficando cada vez mais cheio de árvores e começa a virar floresta”, explica em entrevista à Agência Fapesp.
Falar em uso do fogo no manejo do Cerrado, segundo a pesquisadora, não é o mesmo que queimadas indiscriminadas, mas um método criterioso estabelecido por meio de zoneamento de áreas. “Todo mundo acha que fogo é ‘do mal’, em se tratando de ecossistemas. Porém o entendimento de que o fogo é necessário, mas precisa ser manejado, é um consenso entre os pesquisadores de savanas. Temos que reaprender a manejar o fogo como os indígenas já faziam há milhares de anos”, continuou. Entrevista completa
A pesquisadora Giselda Durigan participa do primeiro dia do Simpósio, que é na segunda-feira (11). A programação completa pode ser conferida aqui ou pelo site www.cerrado2017.faiufscar.com. O objetivo deste evento é discutir as atuais condições de conservação de fragmentos significativos com fisionomias abertas do cerrado paulista. O foco dos debates será a Unidade de Conservação denominada Estação Ecológica de Itirapina, município localizado a 30 km de São Carlos. A Estação tem 2,3 mil hectares destinados à conservação dos recursos naturais. A área protegida é administrada pelo Instituto Florestal.
"Iremos abordar as propostas de manejo para a erradicação de espécies invasoras, restauração das fisionomias e outras estratégias de conservação deste importante espaço de biodiversidade", descreve a coordenadora do evento, Sônia Maria Buck, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm). Durante o Simpósio também serão realizadas palestras para abordar a trajetória histórica de formação do cerrado. A programação termina com uma visita ao Cerrado da UFSCar, com o apoio do projeto Trilha da Natureza.
Simpósio encerra com visita ao Cerrado da UFSCar (Foto: FAI.UFSCar)