A busca pela droga tem vários motivos, como a exclusão social, políticas ineficientes, além de circunstâncias individuais. O uso destas substâncias, ao longo das décadas, estimulou ações contra as drogas no mundo todo, mas que ainda não apresentam resultados satisfatórios.
Para o professor Marcos Garcia, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a regulamentação do uso das drogas poderia trazer benefícios nas áreas financeira, com arrecadação de impostos, da saúde e também na segurança pública. “Não se trata de ser a favor ou não, mas de reconhecer que a política atual tem sido deficiente. São muitos gastos que não dão resultados. Levar isso para um comércio legal, faz com que se crie condições melhores de controle”, explica o especialista.
Sobre a recuperação de usuários, segundo Marcos, a internação nem sempre é a solução. “Dados apontam que a internação no Brasil não funciona, assim como em outros países. As pesquisas mostram uma efetividade de menos de 10% nas internações”, alerta. Para o professor, as abordagens tradicionais da área da saúde têm pouca resolutividade com usuários de drogas, pois não existe um remédio para dependência química.
Há cinco anos, o Centro de Referência em Educação na Atenção ao Usuário de Drogas da Região de Sorocaba (CRR-UFSCar-Sorocaba), colabora com o combate ao crescimento do uso destas substâncias, oferecendo cursos para profissionais de diversas áreas que atuam no tratamento de usuários. São trabalhadores da área da saúde, de assistência social, segurança pública, dentre outros. Nos cursos são ensinadas práticas de redução de danos, incentivando a diminuição do uso e a terapia dentro do próprio ambiente em que a indivíduo vive.
O professor Marcos, coordenador do CRR-UFSCar-Sorocaba, conta que o centro surgiu por meio da Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD), como parte do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo Governo Federal. “Trata-se de um trabalho coletivo de professores de diversas Instituições de Ensino Superior de Sorocaba e região e de profissionais que atuam nas redes de atenção integral aos usuários”, relata o docente. Integram esse projeto também, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), por meio do Centro de Ciências Médicas e Biológicas (Sorocaba), a Universidade de Sorocaba (UNISO), a ONG Lua Nova e a ONG Pode Crer.
Sendo assim, desde 2012, ocorrem formações de aconselhamento motivacional, sobre reinserção social, dentre muitos outras. Todos as capacitações contam com uma base curricular comum que trabalha conceitos sobre drogas, como padrões de uso, e uma outra parte mais específica. Por meio de atividades teóricas e práticas, como visitas institucionais, busca-se, cada vez mais, reinserir usuários de drogas na sociedade. Os cursos do CRR-Sorocaba têm como proposta metodológica ativa a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), que mais do que aulas e palestras permite que os alunos se dividam em grupos e discutam casos concretos. O aprendizado surge a partir do estudo destes problemas .&