Há dois anos a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional pelos próximos 15 anos. No total, são 17 objetivos e 169 metas que envolvem temáticas como cidades sustentáveis, água e saneamento, erradicação da pobreza, educação, redução das desigualdades, dentre outras.
O Brasil tem mostrado, desde então, grande empenho frente aos Objetivos com representação nos diversos comitês criados pelo ONU. Segundo a professora do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Karin Marins, além deste esforço, as atuais ações propostas pela comunidade científica brasileira estão em consonância com os Objetivos. “Já existem importantes contribuições no âmbito de políticas públicas e instrumentos normativos, mas há necessidades especialmente no planejamento e desenvolvimento urbano” explica a especialista.
Para a professora, o que tem dificultado o desenvolvimento destas ações é a forma isolada como os diversos agentes que influenciam nas condições do espaço urbano das cidades brasileiras atuam. “A coordenação e a articulação de ações poderiam acelerar o processo e potencializar seus resultados, de uma forma mais abrangente e possivelmente mais justa”, defende Karin Marins.
A arquiteta Rosa Maria Kalil, docente da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, explica que a interação das universidades com a sociedade para aplicação de novas tecnologias deve abarcar tanto as empresas quanto as instituições públicas, executando com responsabilidade as diversas políticas urbanas, habitacionais e sociais. “O conhecimento já desenvolvido em tecnologias urbanas aliado à participação da sociedade nos processos de gestão, requerem acordos e articulações entre os diversos agentes sociais, econômicos e técnicos”, relata a urbanista.
A professora Rosa Maria acredita que as condições geográficas, climáticas, populacionais e econômicas precisam ser entendidas desde uma pequena vila, um bairro de cidade média ou uma megalópole, formando uma rede de atenção e cuidado, que contribua para promover o desenvolvimento sustentável. “O sistema educacional ainda aborda com pouca ênfase a conscientização dos cidadãos sobre as questões urbanas e ambientais. A educação para a sustentabilidade urbana deve ser transversal, abordada em todas as áreas e de forma continuada. Há necessidade de que as escolas e universidades tenham mais empenho em ensinar essas questões e participar ativamente da construção de cidades mais sustentáveis”, defende a pesquisadora da UPF.
Tanto para Karin como para Rosa, os profissionais da área em formação devem estar conscientes e conectados com os desafios de promover a sustentabilidade urbana. Para ambas, planejar e gerir projetos interdisciplinares e integrados, envolvendo diferentes disciplinas, agentes, inclusive parceiros públicos, privados e a sociedade civil, deve ser o principal deles. “Pesquisas científicas e a educação com foco multidisciplinar, como as que serão abordadas no I Simp&