Ciência tem papel fundamental na construção da sustentabilidade urbana

QUINTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO DE 2017 Ciência tem papel fundamental na construção da sustentabilidade urbana

  

Abiko, da USP, estará na UFSCar para Simpósio que tem o objetivo de aproximar academia dos principais atores e operadores das políticas públicas. Interessados em apresentar trabalhos podem submeter resumos a partir de 10/2

O conceito de sustentabilidade urbana defende que as cidades devam ser analisadas como um sistema integrado. O transporte, por exemplo, deve ser analisado em conjunto com as políticas de uso do solo e contemplar questões ambientais. Em alguns lugares do mundo esse conceito é aplicado de forma exemplar. Não é o caso do Brasil. Em nome do progresso, muitas cidades brasileiras degradam boa parte do meio ambiente onde se localizam. Diariamente, o ar e os rios são poluídos, árvores e outras plantas são desmatadas e ainda assim é grande o déficit em infraestrutura urbana no Brasil, seja na área de transportes, drenagem, tratamento de esgotos ou lixo. E a população mais vulnerável é a que mais sofre, já que as políticas de inclusão não têm conseguido atender esta demanda.

Para o professor Alex Kenya Abiko, docente em Gestão Urbana e Habitacional na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), a ciência tem um papel fundamental na conscientização das instituições políticas brasileiras em relação a esses problemas, seja elaborando diagnósticos precisos, gerando informações a partir dos dados existentes e construídos, e propondo políticas que sejam eficientes, inclusivas e compatíveis com os recursos financeiros, tecnológicos e naturais existentes. Porém, no Brasil, segundo o especialista, a distância entre a academia e os gestores públicos é grande, o que não contribui para a adoção de novas tecnologias urbanas eficientes e de custo adequado.

“Infelizmente observamos no país a adoção de tecnologias urbanas que ainda não foram suficientemente testadas”, lamenta o professor Abiko. Para o pesquisador, outra grande dificuldade relativa à sustentabilidade urbana é fazer a sociedade entender que esta é uma questão importante. “A academia precisa fornecer informações embasadas cientificamente que contribuam para que todos possam entender a importância da sustentabilidade urbana”, defende.

Segundo Abiko, a articulação da comunidade científica brasileira e internacional poderia contribuir ainda mais para o desenvolvimento de novas tecnologias urbanas se a interação fosse maior. “A comunidade científica internacional é mais respeitada e ouvida pelos gestores públicos de seus países, o que faz com que as novas tecnologias urbanas e as técnicas de gestão pública estejam mais avançadas por lá”, lembra o docente. Há experiências exemplares em alguns países quanto aos sistemas de transporte, coleta e tratamento de lixo, drenagem, dentre outros.

SINGEURB - Com o objetivo de incentivar a produção científica e tecnológica para esta área e fomentar o debate, de 25 a 27 de outubro de 2017 acontece na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) o I Simpósio Nacional de Gestão e Engenharia Urbana (SINGEURB), com o tema “Cidades e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”. Por meio das atividades que compõem a programação,