Uma parceria entre o Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Secretaria de Educação a Distância (SEaD) da Instituição resultou em materiais didáticos acessíveis para estudantes deficientes visuais e auditivos. A iniciativa foi apresentada no Fórum Internacional de Inovação em Tecnologia Assistiva, Esporte e Saúde, realizado na última semana no Campus São Carlos da UFSCar. Para possibilitar a navegação de pessoas com deficiência auditiva, por exemplo, no ambiente virtual de aprendizagem Moodle, recurso educacional tecnológico no qual os materiais e atividades da educação a distância da UFSCar são disponibilizados, foram implantadas a tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) em vídeos e também foi iniciado o uso de legendas.
Para a deficiência visual, foram utilizados recursos como a audiodescrição em documentos e vídeo aulas, que consiste na transformação de imagens em palavras para que informações chaves, transmitidas normalmente de forma visual, não passem despercebidas e possam também ser acessadas por pessoas cegas ou com baixa visão. Softwares de leitura que leem em voz alta o que aparece na tela de um computador, podcasts, que são gravações em áudio de conteúdos visuais, e audiolivros feitos a partir de apostilas de ensino, com algumas adaptações no texto, também foram parte dos recursos de tecnologia assistiva implantados.
Gerusa Lourenço, docente do DTO da UFSCar e coordenadora do curso de graduação em Terapia Ocupacional da Universidade, mestre e doutora em Educação Especial e atuante nas áreas de educação inclusiva, explica que Tecnologias Assistivas são meios, recursos, estratégias e contornos utilizados para favorecer a funcionalidade de deficientes, potencializando ações em atividades do cotidiano. “Uma tecnologia assistiva está além do equipamento. Ela se configura na interação entre o sujeito e o resultado positivo na realização de alguma atividade. Por meio da implantação das tecnologias assistivas nós buscamos melhorar a qualidade de vida destas pessoas”, explica a professora.
Outra iniciativa realizada aconteceu no curso de formação docente da SEaD UFSCar, no qual foi incluída a temática da acessibilidade para que os professores conheçam alguns recursos que podem ser trabalhados caso tenham algum aluno com deficiência. O curso de tutoria também se tornou acessível. Segundo Clarissa Bengtson, responsável pela equipe de acessibilidade na SEaD da UFSCar e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade, os principais desafios enfrentados no período de implantação foram a sensibilização dos professores que ainda não haviam trabalhado com alunos deficientes, sobre o processo de adaptação dos estudantes, e encontrar pessoal qualificado para produção dos materiais. “Havia professores com 30 anos de experiência, mas que nunca tinham tido um aluno com deficiência”, lembra Clarissa.
A professora Gerusa Lourenço, que também já atuou como tutora na EAD, explica que não é fácil implantar recursos de Tecnologia Assistiva. “Devemos estar atentos às demandas e verificar onde estão as dificuldades, q