No Brasil, existem 636 Unidades de Conservação protegidas de forma integral – parques, reservas biológicas, estações ecológicas, monumentos naturais e refúgios da vida silvestre. São 550 mil km², segundo dados do Cadastro Nacional do Ministério do Meio Ambiente. Para fazer a comparação de equivalência, Portugal tem um território total de 92 mil km²; Itália, 301 mil; Japão, 337 mil; e Espanha, 505 mil km².
Para especialistas e gestores públicos do setor, a maior parte dessas áreas não recebe a atenção que deveria, principalmente quanto à visitação turística. O geógrafo e gestor do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual Serra do Mar, Danilo Santos da Silva, explica que o turismo nas Unidades de Conservação não deveria ser encarado apenas como lazer, mas também como ferramenta de proteção ambiental. “A presença da população nas áreas protegidas sensibiliza o cidadão para a necessidade de proteção de nossos recursos naturais. O turismo bem feito une as pessoas, agrega valor ao território, além de gerar renda e incentivar a conservação ambiental”, afirma o gestor.
Danilo Santos da Silva, assim como outros gestores, partilham da opinião de que aproximar as pessoas da natureza é uma das maneiras de promover a proteção do meio ambiente. “Apreciar a natureza é algo que provoca uma profunda reflexão sobre a razão de nossa existência, e essa é a chave para conectar o ser humano ao verdadeiro sentido de se proteger o meio ambiente. É fazê-lo perceber que ele precisa da natureza”, afirma o geógrafo.
Outro problema enfrentado na gestão desses locais é a proteção formal, que está abaixo do desejado. No Parque Estadual da Serra do Mar, a maior Unidade de Conservação de toda a Mata Atlântica, por exemplo, há poucos guardas e grande parte dos trabalhos de fiscalização ocorre somente com o apoio da Polícia Ambiental.
Para o gestor do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual Serra do Mar o desafio é gerir essas áreas. “A principal dificuldade está na falta de recursos e na desvalorização dos funcionários responsáveis pela proteção destes espaços”, explica. Segundo ele, o ideal seria que a gestão incluísse a participação social no processo de proteção da natureza. “A gestão participativa permite aproximar as Unidades de Conservação da população e dar sentido de existência para elas. A visitação orientada estimula o uso sustentável dos recursos destas áreas protegidas”, relata o Gestor.
IV EMESC – O "IV Encontro de Montanhismo e Excursionismo de São Carlos" (IV EMESC), que acontece na UFSCar entre os dias 25 e 27 de novembro, reunirá Danilo Santos da Silva, Rodrigo Aguiar, que é gestor do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), localizado no sul do estado de São Paulo, dentre outros especialistas, para abordar a visitação turística de áreas protegidas, além de outros assuntos relacionados à prática de atividades ao ar livre, como o ecoturismo e mínimo impacto.
Além das palestras e debates, a programação do IV EMESC ainda conta com apresentação de trabalhos científicos, oficinas pr&aa