O ecoturismo sustentável prioriza e beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas, além de promover aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais. Jean Razel, empresário do ramo de turismo de aventura, conta que a prática deste segmento está crescendo no Brasil. “Está ganhando força, pois as pessoas desejam ser mais ativas, elas não querem apenas olhar a paisagem ou a natureza, querem interagir, porém isso deve ocorrer de forma sustentável”, afirma.
Mesmo sendo um segmento pequeno se comparado ao turismo tradicional – visitação a praias, resorts, turismo de eventos e negócios –, a prática do ecoturismo sustentável tem criado vários conflitos entre comunidades, empresários, poder público e os próprios turistas. As normas para o exercício do ecoturismo sustentável estão na teoria, mas nem sempre são colocadas em prática. “Apesar de existirem políticas públicas e uma legislação sobre como fazer, falta recursos humanos para a implementação”, afirma Victor Lopez Richard, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo (CUME).
Para Jean Razel, promover o turismo sem impactar o meio ambiente é impossível, mas deve-se buscar o mínimo impacto, e esse cuidado não deve ser exclusividade dos profissionais do setor, mas de qualquer atividade econômica. “Muitas ações custam dinheiro, então os empresários se questionam se vale a pena gastar sem ter o retorno. O desafio é criar ações que encontrem o público, que por sua vez também deve valorizar as empresas que pratiquem ações sustentáveis”, ressalta Jean.
O foco da sustentabilidade, segundo Victor Lopez, não deve ser apenas o bioma, a fauna ou a flora, mas também o entorno das regiões e suas comunidades. “Quem ganha e quem perde? Como tornar o uso do espaço de maneira pública e sustentável? É muito importante que a comunidade ofereça suporte para preservar as áreas protegidas”, aconselha o professor.
Estes e outros assuntos relacionados à prática de atividades ao ar livre serão discutidos no "IV Encontro de Montanhismo e Excursionismo de São Carlos" (IV EMESC), que acontece na UFSCar entre os dias 25 e 27 de novembro. “Não há uma convergência unânime de como encontrar uma solução para todas estas questões. Por isso, é muito bom trazer essa discussão para dentro da Universidade, que é um ambiente enriquecedor para o debate”, afirma Victor Lopez.
No IV EMESC, Jean Razel abordará a sustentabilidade no âmbito empresarial e como harmonizar exigências econômicas, sociais e ambientais do mundo moderno. O biólogo Humberto Medaglia, assim como o ambientalista André Ilha, um dos escaladores que mais contribuíram para o desenvolvimento da escalada e montanhismo no Brasil, abordarão o tema mínimo impacto.
Além das palestras e debates, a programação do IV EMESC ainda conta com apresentação de trabalhos científicos, oficinas práticas de aberturas de vias de escalada esportiva, técnicas verticais de acesso a árvores e introdução à fotografia outdoor. Nesta edição do evento também haverá um concurso fotográfico. O regulamento, os procediment