Uma porcentagem significativa de crianças diagnosticadas com autismo não fala, apesar de não apresentar problemas emocionais ou físicos – como perda auditiva, impedimentos no trato da fala ou baixo intelecto. “Elas podem, por exemplo, fazer birra ou praticar a autolesão para conseguirem se comunicar. Outras usam o adulto como instrumento, isto é, pegam na mão e o levam até o local ou objeto desejado”, explica o professor Celso Goyos, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenador do Instituto LAHMIEI-Autismo.
O tratamento conhecido como ABA, da sigla em inglês para Análise do Comportamento Aplicada, que consiste em um conjunto imenso de técnicas e procedimentos cientificamente consolidados, é o mais indicado para o desenvolvimento da linguagem e do intelecto dessas crianças. “O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível na vida da criança”, desde o início dos primeiros sinais, alerta o especialista.
O resultado do tratamento por ABA é superior aos demais tipos de tratamento eclético, fato comprovadamente demonstrado por meio de estudos científicos, que é quando envolve profissionais de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e outros. Sua eficácia está relacionada à quantidade de horas dedicada à criança. Segundo o professor Goyos, o tratamento, se aplicado por profissionais devidamente capacitados, comumente apresenta resultados positivos a partir de dois anos. “A criança pode, a depender do caso, ter uma vida bem próxima de outra da mesma idade que não seja autista, mas que viva em condições socioculturais semelhantes”, salienta.
Seminário - Assuntos como este e outros relacionados ao Transtorno do Espectro Autista serão abordados no Seminário Internacional do LAHMIEI, que acontece nos dias 24 e 25 de novembro no Rio de Janeiro, com o tema Autismo e Atrasos no Desenvolvimento Intelectual: Atualidades e Modelos de Atuação.
O Seminário é aberto a todos os interessados – professores, diretores de escola, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, médicos, cuidadores e familiares. Para acessar a programação completa e fazer a inscrição acesse o site www.xiiseminterlahmiei.faiufscar.com. A taxa de inscrição tem um valor simbólico e os interessados podem se inscrever até o dia 23 de novembro. Mais informações pelo telefone (16) 3306-6712 ou pelo email autismoufscar@gmail.com.
(Texto: Eduardo Sotto Mayor / Foto: Letícia Longo)